Diário do Mercado - 6ª feira, 13.05.2016

Bolsa teve hoje pregão com trajetória de "sexta-feira 13" 

O Ibovespa encerrou as negociações hoje em queda de 2,70%, aos 51.804 pts, com leva alta de 0,17% na semana e passando a acumular -3,91% no mês, +19,51% no ano e -8,10% em 12 meses. 

O índice doméstico, em dia de "zeragem" do vencimento de opções sobre ações, cujo exercício mensal findará na próxima 2ª feira, 16.05, manteve tendência descendente ao longo de quase todo o pregão, capitaneado pela retração das ações da Petrobrás, Vale e Bancos, denotando ligeira reação na hora e meia final.

O impacto adverso adveio do comportamento negativo dos índices de Nova York, que caíram respondendo a dados da economia dos EUA, cujo teor levou os agentes a elevarem a possibilidade de aumento dos juros norte-americanos. A Bovespa registrou giro financeiro de R$7,59 bilhões, sendo R$7,35 bilhões no mercado à vista. 

No dia 11 de maio (último dado disponível), os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 849 milhões na Bovespa, reduzindo o saldo negativo de maio para R$ 663 milhões, bem como, acumulando agora montante positivo de R$ 12,6 bilhões em 2016.

Na agenda doméstica, o IBC-Br (Bacen) de março (“prévia do PIB”) apresentou variação de -0,36% (com ajuste sazonal), versus -0,33% em fevereiro, pior do que a expectativa de mercado, em -0,10%, tendo mostrado retração da economia pelo 15º mês consecutivo. No comparativo março- 2016/março-2015, o indicador ficou em -6,31%, ante -4,69% em fev-16/fev-15, abaixo da mediana das estimativas, em -6,00%.

Mereceu destaque também o primeiro pronunciamento oficial de Henrique Meireles, novo Ministro da Fazenda do governo Temer, que citou, entre outras afirmações, que fará na próxima segunda-feira (16) a indicação do presidente do Banco Central.

Na agenda internacional e trazendo peso ao mercado, dados de varejo nos EUA foram divulgados.

As vendas em abril elevaram-se em comparação a março em 1,3%, superando as estimativas dos analistas, que era de 0,8%. Foi a maior alta mensal desde março de 2015. No comparativo anual, as vendas no varejo elevaram-se em 3%, bastante acima da inflação, que girou em torno de 1% no período. 

Com isso, elevaram-se as apostas por um aumento na taxa de juros norte-americana pelo Fed, induzindo o dólar a ganhar força frente à maioria das moedas mundiais na sessão.

Câmbio e Juros Futuros

No mercado de câmbio, o Banco Central não atuou com leilões de swap cambial reverso. O dólar fortaleceu-se no mercado mundial e perante o real, retornando a ser negociada acima do importante patamar de R$ 3,50.

O dólar fechou o dia cotado a R$ 3,5260 (+1,41%), subindo 0,66% na semana e acumulando agora +2,59% no mês, -10,98% no ano e +16,03% em 12 meses. O CDS de 5 anos do Brasil (medida de risco-país) fechou hoje em 329 pts, aumentando 2 pts contra os 327 de ontem, mas, recuando em relação aos 341 pts da sexta-feira (6) da semana passada.

No mercado de juros futuros na BM&F, todos os vencimentos elevaram-se nesta sessão.

Na seara de resultados corporativos do 1T16, segundo nossos analistas, a Petrobrás apresentou um resultado cujas margens positivas foram compensadas pelos efeitos negativos da contabilização dos hedges;

A MRV trouxe um resultado considerado positivo, com redução nos cancelamentos e forte geração de fluxo de caixa;

A Marfrig apresentou números considerados positivos, com melhoras da unidade Keystone;

A Tupy divulgou números que denotam um início de ano em “marcha lenta”;

A SLC Agrícola divulgou um resultado considerado neutro, com perdas por conta de ativos biológicos e operações de hedge;

E finalmente a JBS entregou um trimestre considerado fraco, com modificações positivas na estrutura corporativa. Mais relatórios de análise dos resultados das companhias na pg. 5. 

Confira no anexo a íntegra da análise do comportamento do mercado a 6ª feira, 13.05.216, elaborado por Rafael Freda Reis, CNPI, do BB INVESTIMENTOS